sábado, 25 de agosto de 2012


Senhora das letras árabes

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A libanesa Safa Jubran chegou no Brasil quando seu país vivia a guerra civil. Por aqui, construiu a carreira que a transformou em ponte entre a literatura árabe e os leitores brasileiros.
São Paulo - Ela colocou os pés no Brasil quando o seu país, o Líbano, fervilhava em guerra civil, na década de 1980. Veio ainda bem jovem, para visitar parentes, e poderia ter tido uma história parecida com a de muitas das mulheres árabes imigrantes, que aqui desembarcaram, se casaram, construíram sua família e ponto. Mas Safa Jubran tinha vindo para mais. Chegou com a vontade de estudar e a curiosidade sobre as letras metida na alma e, em cerca de três anos, mesmo sem dominar completamente a língua portuguesa, era estudante de Letras de uma das melhores universidades do Brasil, a Universidade de São Paulo (USP).
Safa: estudiosa do idioma árabe
Embrenhada no mundo acadêmico, aprendendo e pesquisando linguística, fonética, fonologia e até história da ciência, ela construiu, ao longo destes anos, uma carreira que a transformou em ponte entre autores do mundo árabe e leitores do Brasil. E também em ponte para a comunicação falada entre árabes e brasileiros. Safa já traduziu mais de dez livros do árabe para o português e ensina os segredos do idioma e da literatura árabe para alunos da graduação e da pós-graduação na USP. A tradução lhe dá os louros, mas são as aulas que fazem brilhar seus olhos.
Ela conta à reportagem da ANBA, em seu apartamento na zona Oeste da capital paulista, sobre alunos que foram e voltaram de viagens ao mundo árabe, sobre quanto aprenderam, sobre quanto melhoram a cada dia e sobre quanto gosta de ensinar, até mesmo aos mais crus no idioma. "Eu faço questão de dar aulas para o primeiro ano", diz, referindo-se às turmas iniciantes no estudo do Árabe na USP. Na instituição de ensino, foi Safa quem ajudou a fazer reformulações na Pós-Graduação de Língua, Literatura e Cultura Árabe e a unificar a área com o programa de Pós-Graduação em Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaica.
O caminho para chegar até ali foi trilhado assim que ela se formou em Letras e conseguiu, por meio de concurso, uma vaga para professora assistente de árabe na USP. Dali em diante Safa não largou os livros e a pesquisa. Fez mestrado em Linguística para analisar o contraste do sistema fonológico do árabe e do português no ensino do árabe, doutorado para aprofundar o estudo nesta área e pós-doutorado, no qual traduziu e analisou um manuscrito do século 11, em árabe, sobre história da ciência. Ainda em 2010, se tornou livre-docente em língua árabe na USP.
A tradução e a análise de manuscritos antigos, aliás, foi um dos primeiros trabalhos de Safa, assim que começou a lecionar na USP. "Iniciei pelo mais difícil", diz. Ela trabalhou, com a professora Ana Maria Alfonso-Goldfarb, por dez anos em um manuscrito do século nove sobre alquimia, que acabou virando publicação. Também traduziu uma gramática árabe do inglês para o português, escreveu um livro sobre os contrastes fonológicos e traduziu e estudou um manuscrito do século 11 sobre história da ciência, trabalho que também virou livro.
E deu tempo, no meio disso tudo, de traduzir literatura árabe? Deu. E o segredo dessa capacidade de abarcar quase tudo fica claro para quem conversa alguns minutos com Safa e percebe seu jeito prático, quase elétrico, com energia para muito. Por ter esse perfil, ela resolveu encarar a missão de passar para o árabe o livro de um dos mais famosos autores brasileiros da atualidade: "Dois Irmãos", do escritor com ascendência libanesa, Milton Hatoum. "Agora penso: como foi que eu aceitei?!" afirma, rindo, com seu leve sotaque árabe.
Safa afirma que o livro de Hatoum foi um dos trabalhos com os quais mais sofreu. Foi a única tradução literária, aliás, que ela fez do português para o árabe. O grande desafio, explica a linguista, foi transmitir ao leitor todas aquelas informações sobre o ambiente da Amazônia, onde se passa a história. A tradução levou alguns meses e ocupou muitas horas do pensamento de Safa, que matutava sobre como fazer os árabes entenderem o que era esse ou aquele elemento. Para muitas palavras, a solução foi um glossário, e várias notas.
Safa também fez a revisão técnica da tradução do árabe para o português de poemas de um dos mais famosos poetas árabes, o sírio Adonis. O responsável pela tradução foi o seu colega de USP, o docente e poeta Michel Sleiman, que selecionou os poemas e publicou um livro com eles este ano pela Companhia das Letras. Sobre todos os títulos e trabalhos que leva no currículo, ela diz: "tentei fazer da melhor forma possível, não há nada do que eu me envergonhe".
Atualmente, Safa tem outros projetos de tradução no forno e comemora o crescente interesse pela literatura árabe no Brasil, além da procura maior pelo curso de Árabe na USP. Afirma que hoje os próprios alunos chegam à universidade mais preparados, com maiores informações sobre o mundo árabe. Grande parte desse interesse, diz ela, aconteceu depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Além do trabalho acadêmico e de tradutora, Safa faz parte do Instituto da Cultura Árabe (Icarabe), organismo formado por intelectuais que promove atividades culturais sobre o mundo árabe.
A Safa do Líbano e de casa
Casada há 30 anos com o homem que conheceu e pelo qual se apaixonou logo que chegou ao Brasil, ela não pensa em voltar a morar no Líbano. Aliás, nunca mais foi para lá desde que se mudou para São Paulo. Marjayoun, sua cidadezinha, no sul libanês, na divisa com Israel, ficou só nas lembranças. "O meu Líbano é aquele que está na parede da minha memória", diz ela, inconformada com o fato de o país, até hoje, não ter entrado em equilíbrio político e de facções depois do aprendizado de anos e anos de guerra civil.
Do seu país ela guarda as lembranças boas, da vida familiar e da cidade tranquila, mas também imagens tristes, como da morte do seu pai, ainda na sua infância, e da guerra, na sua adolescência. "Não tive uma adolescência muito comum", conta, sobre as privações que sofreu em função da guerra. "A gente acordava de manhã e agradecia a Deus por estar vivo, pensava só em como sobreviver naquele dia", relata. Mesmo assim, Safa se formou no ensino médio, já que estudou em uma boa escola, o que ajudou a abrir seus caminhos mais tarde.
Talvez Safa vá visitar seu país um dia, não sabe. As circunstâncias não a levaram lá até agora, conta. Ela não é daquelas imigrantes que só convivem com a colônia árabe, só come os pratos tradicionais da região ou sabe dançar muito bem a dança do ventre. Cozinha uma comidinha árabe de vez em quando, fala uma ou outra palavra em árabe com seu marido, que é descendente, mas convive muito com brasileiros e sua cultura. O marido é professor de biologia e pesquisador de Música Popular Brasileira. E Safa, apesar de senhora das letras árabes, é praticamente uma brasileira.

Edward Said: trabalho intelectual e crítica social



Lançamento:
"Edward Said: trabalho intelectual e crítica social"

organizado pelo ICArabe - www.icarabe.org.br




 O livro é um trabalho editorial organizado pelo Instituto da Cultura Árabe junto com a Editora Casa Amarela e traz a visão de vários intelectuais brasileiros da sociologia, da política, da geografia, do jornalismo e da literatura sobre a importância da obra do palestino Edward Said, morto em 2003, seja pela sua honestidade intelectual ou por sua luta incansável contra qualquer forma de opressão. A maior parte dos textos é resultado de uma homenagem feita ao intelectual ainda no ano de sua morte. Outra parte foi feita especialmente para o livro. O lançamento contará com a abertura do prof. Aziz Ab´Saber, presidente de honra do ICArabe, a apresentação musical de Carlinhos Antunes e a Orquestra Mundana.


 O livro, que tem Introdução de Emir Sader, Prefácio de Soraya Smaili e a capa de Gershon Knispel e de Gilberto Maringoni, conta com artigos de

Aziz Ab´Saber, Arlene Clemesha, Ali el-Khatib, Emir Sader, Francisco de Oliveira, Francisco Miraglia, Ivana Jinkings, Jacob Gorender, José Arbex Jr., Lejeune Mato Grosso, Lygia Osório, Mamede M. Jarouche, Marilena Chauí, Milton Hatoum, Mohamad Habib, Paulo Farah, Ricardo Antunes.
 O lançamento terá abertura do Professor Aziz Ab'Saber
E a apresentação de Carlinhos Antunes e Orquestra Mundana

Patrocínio : Avimed - Saúde, Casa de Saúde Santos, Instituto do Sono e Kaser Digitação e Processamento de Dados e Levespuma Colchões.

Apoios : Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Club Homs, Câmara do Comércio Árabe Brasileira, Depto Cultural do Esporte Clube Sírio, Instituto Jerusalém do Brasil, COPAL - Confederação Árabe Palestina do Brasil, FEARAB-SP- Federação de Entidades Árabe Brasileiras , Rede para Difusão da Cultura Árabe-brasileira Samba do Ventre.



Trabalho de Said ganha reflexão de intelectuais brasileiros
Por Arturo Hartmann





Em 2002, em depoimento para o documentário "Selves and others: a portrait of Edward Said", de Emmanuel Hamon, o intelectual palestino olhou para uma foto sua, em preto e branco, tirada 11 anos antes, em 1991, em que está em primeiro plano diante de um fundo escuro e um olhar penetrante para a lente. "Um senhor soturno, de olhar sério e idade incerta. Você vê que ainda não tenho os cabelos brancos". Said disse que na época da foto sabia que tinha leucemia, mas não tinha recebido qualquer tratamento. Completa: "uma foto sombria, com certa angústia e bastante incerteza. Um panorama severo de um intelectual da oposição".

Ser um intelectual de oposição foi a escolha que Said fez, pelos caminhos que seguiu em seu trabalho, até o final de sua vida. Para ele, o intelectual não devia legitimar ou aceitar qualquer forma de poder, mas sim provocar e desafiar consensos. E é esse retrato, de um intelectual inquieto com o absurdo da dominação do outro, que agora o Instituto da Cultura Árabe e a Editora Casa Amarela trazem para o público no livro "Edward Said: trabalho intelectual e crítica social". O livro traz artigos de Aziz Ab´Saber, Milton Hatoum, Francisco de Oliveira, Marilena Chauí, Ricardo Antunes, José Arbex Jr., Ali El-Khatib, Soraya Smaili, Lejeune Mato Grosso, Arlene Clemesha, Paulo Farah, Francisco Miraglia e Emir Sader.

O escritor Milton Hatoum - autor de "Relato de um certo Oriente" e "Dois Irmãos" -, para quem Said foi um dos grandes pensadores da segunda metade do século XX, diz que ele "traduziu para o ocidente uma complexidade do mundo árabe que sempre foi menosprezada. Como intelectual palestino e um dos grandes da segunda metade do século XX, divulgou a legitimidade de uma cultura escondida".

O mundo árabe do qual Hatoum fala foi uma das fontes de produção para Said. O palestino admitia que sempre teve que negociar entre as suas diferentes identidades e que o sentimento de exílio e de não pertencer sempre esteve presente, mesmo antes de conseguir articulá-lo.

Nasceu na Palestina em novembro de 1935, em uma terra ainda não independente e sob mandato britânico. Estudou grande parte de sua infância e adolescência no Egito também colonizado. Lá, em um país de maioria muçulmana, se sentia fora de lugar como parte de uma família de árabes cristãos. Pai e mãe eram palestinos, mas Wadie Said, o pai, tinha cidadania estadunidense, estendida aos filhos, e a mãe era descendente de libaneses cristãos.

Depois, quando foi para os Estados Unidos continuar os estudos, a sensação de se perceber em um país onde os árabes são o outro dá um outro caráter a seu exílio. Ele admite que em um primeiro momento "sentia vontade de desaparecer". No entanto, a partir de 1967, quando Israel ocupa os territórios palestinos, Said começa a consolidar o sentimento de revolta e, ali, se torna um ativista político.

Dez anos depois seria lançada a sua obra mais conhecida, "Orientalismo", em que detalha o processo da construção da imagem do árabe a partir do século XIX, com o propósito de dominação por parte das potências européias. Na obra, também mostra como esse orientalismo foi atualizado quando os Estados Unidos ocuparam o lugar de grande potência no mundo.

Para Hatoum, o palestino fez um análise consistente e "procurou analisar o movimento colonialista e imperialista, como foram traduzidos no discurso e na representação. Procurou demonstrar a visão que o mais forte tem do colonizado".

Já para Ricardo Antunes, sociólogo e professor da Unicamp, apesar de Said dirigir sua crítica para o modo como as potências olham para o mundo árabe e muçulmano, o corpo de conhecimento do intelectual é importante para ajudar a entender as atuais relações de disputa que se dão entre a potência Estados Unidos e outras nações periféricas subjugadas que buscam alternativas de resistência contra o pensamento hegemônico, não só econômico, mas também cultural. "Ele ajuda a pensar a complexidade nação e mundo, e na Palestina talvez essa seja a demonstração mais explosiva do problema. No Brasil, Argentina, México, Peru, Bolívia, e na Venezuela, que é a que está a frente nesse processo na América Latina, existem lutas que se dão num espaço amplo, com as identidades e as 'desidentidades', lutas no espaço do país, do continente e do mundo", afirma Antunes.

Para Said, o grande problema intelectual com o qual se debatia era se existia a possibilidade de conciliar humanismo e conhecimento, sem que fosse produzida qualquer tipo de dominação.

Mamede Jarouche, professor do departamento de Língua e Letra Árabes da USP, diz que Said construiu um instrumento teórico que é amplo e pode ser aplicado para entender mesmo as desigualdades que existem dentro do Brasil. "Embora na aparência o objeto seja o Oriente Médio, sua obra fornece instrumentos para analisar as relações entre centro e periferia, dá para pensar o Brasil com o mundo e o interior do próprio Brasil. Dá para analisar uma idéia que está em Euclides da Cunha, por exemplo, a diferença entre o interior e o litoral. As desigualdades e a tensão que existe entre dois pontos".

Said, através da força de seu trabalho e da consistência intelectual que manteve, aparece como um ícone da luta de resistência contra a dominação imperialista. "Sua influência continua. Ele é um autor traduzido em 30 idiomas. Fui para a Itália lançar um livro e a editora que editou meu livro é a mesma que edita o livro do Said. Ele é lido por alunos e professores, muitas pessoas na Europa conhecem sua obra", afirma Hatoum.

O palestino jamais se fixou em qualquer movimento político. Foi atacado pela extrema-direita sionista dos Estados Unidos, criticava duramente a política dos Estados Unidos e de Israel de privação da vida palestina, mas também era um dos mais ferozes críticos da conduta política da Autoridade Palestina e de Yasser Arafat.

"Ele se tornou um ícone de uma esquerda não dogmática. De uma esquerda independente e não-partidária. Ele abandonou a OLP. Tinha uma perspectiva solitária. Sua grandeza intelectual vinha solidão".

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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Princess Ameera Al-Taweel of Saudi Arabia

Princess Ameera Al-Taweel of Saudi Arabia (b. 1983) is the wife of Prince Alwaleed bin Talal, and a magna cum laude graduate of New Haven University with a degree in Business Administration. HH Princess Ameerah supports a wide range of humanitarian interests in both Saudi Arabia and around the world. She is Vice Chair of the Alwaleed bin Talal Foundation, an international, non-profit organization dedicated to poverty alleviation, disaster relief, interfaith dialogue and women's empowerment. The princess is a vocal advocate for equal rights for women in Saudi Arabia and also the nation's youth.

First Palestinian male ballet dancer battles prejudices


First Palestinian male ballet dancer battles prejudices

By Sylvia Smith

London


Ayman Safiah in rehearsal: 'Our culture does not really understand what ballet is about'
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Israel and the PalestiniansIsrael oil drilling: A thin line?
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As the young ballet dancer stretches backwards lifting his leg over the barre and rising up on to demi-pointe, beads of sweat appear on his forehead.

The two hour-long routine takes place daily in south London in a practice studio surrounded by mirrors.

The practice is so demanding that it would break the will, not to mention the physical strength, of anyone less passionate about dance.

But it is not just the gruelling requirements of ballet that this young dancer has to contend with but also entrenched cultural prejudices.

'Completely alien'

As the only classically-trained, male Palestinian dancer, 21-year-old Ayman Safiah has had to face huge opposition from within his own community.

"My desire to study classical ballet was simply beyond the understanding of my classmates," he explains. "They only knew that it was something women enjoyed. It was completely alien to them."

An Arab citizen of Israel, Ayman was born in Kafr Yassif in the Galilee - the pre-eminent cultural town from where well-known artists and writers such as Mahmoud Darwish have sprung on to the international stage.

Relations between Arabs and Jews in the town are cordial and it has retained most of the land it held before 1948.

Safiah recognises that he is fortunate to come from a liberal family open to new ideas.

"My parents knew that ballet was going to be a large part of my life from early on," he says. "Even my grandfather accepted my career choice even though he didn't fully understand what it entailed."

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They say that for a man to wear tights and dance topless on the stage is 'haram', or 'forbidden'”
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Ayman Safiah

Funding

But it has not been an easy road from being a student at the Rabeah Murkus Dance Studio, Israel's first Arab dance studio and located in his hometown, to graduating from the Rambert School of Ballet and Contemporary Dance in Richmond, where he has been a student for the past three years.

"I was the only male student in the ballet class at the local cultural centre in Kafr Yassif," Safiah says.

"I was spotted by Rabeah Murkus, the first female Palestinian ballet dancer, who took me under her wing and helped me find funding to come and study in London." Initial funding came from the Clore Duffield Foundation.

Opposition from some of his Arab compatriots is based on religion.

"They say that performing ballet claim that it is against Islam," Safiah explains. "They say that for a man to wear tights and dance topless on the stage is 'haram', or 'forbidden'."

Safiah was able to shrug off being ridiculed when he went to buy tights and ballet shoes in his local area.

Segregation

But now that he has graduated from the Rambert School he faces a new obstacle - a change in the Israeli government's attitude towards "mixed" dance schools and ballet companies.


"When Yehudit Arnon founded the Kibbutz Dance School Ga'aton, where I studied, the idea was to bring Arabs and Jews together," Safiah explains. "But now that the founder is no longer in charge, that ethos has changed and the school is reluctant to accept Palestinians."

When the Israel Ballet, the only company in Israel performing the great classical and neo-classical ballets of the international repertoire, toured the United States, protesters demonstrated on the grounds that the Israeli government sponsored it.

The demonstrators also pointed out that that the company had no Palestinian dancers.

But Safiah is unwilling to enter into this debate.

"The arts in Israel are more segregated than before, but I am not interested in that sort of environment. I don't like politics having a role in the arts. I just want to dance."

Building confidence

But visa requirements may force him to return to Israel.

"Even if I have to go back and spend a year in one of the major Israeli dance companies, I am sure my future lies here in London," he adds. "I've already got offers from the likes of the Matthew Bourne Company."

Having participated in the Wayne Sleep-choreographed short film, A Bigger Space for Dancing, projected at the Royal Academy's David Hockney show, A Bigger Picture, Safiah feels that his personal success is also enabling other Palestinians boys who want to be ballet dancers to withstand criticism with more confidence.

"When I last went back home I paid a visit to the cultural centre in my town, where I was the only boy taking classical ballet," he recalls.

"I was really surprised to see that there were quite a few boys in the class - eight or nine. They thanked me and said that they were grateful to me for showing them the way and opening the door."

sábado, 11 de agosto de 2012

Albert Hourani's biography



Albert Hourani Biography (1915-1993)

Albert Hourani, in whose name MESA’s Book Award is given, was born in Manchester, England, on 31 March 1915, the son of Fadlo and Sumaya Hourani, immigrants from Marjayun in what is now South Lebanon. He attended Magdalen College, Oxford in 1933, where he read philosophy, politics and economics. He graduated in 1936 and went to the Middle East where he taught politics for two years at the American University of Beirut. With the outbreak of World War II, he joined the Royal Institute of International Affairs where he worked with and came under the influence of Arnold Toynbee and Hamilton Gibb. He served as an analyst at the Office of the British Minister of State resident in Cairo from 1943-1945, and worked as principal researcher and writer at the Arab Office, where he helped with the presentation of the Arab case to the Anglo-American Committee of Inquiry which visited Palestine in 1946. After that, he devoted the rest of his life to an academic career. In 1948, he was offered a fellowship at Magdalen College and, three years later, he took up the post of first University lecturer in the modern history of the Near East and later became director of St. Antony’s College Middle East Centre. He was a frequent visitor to universities in the United States and the Middle East, and he received recognition and numerous awards.

Albert Hourani’s influence as a scholar and a teacher continues to be felt throughout our field. In 1946 he published Syria and Lebanon and in 1947 Minorities in the Arab World. In 1962, he published his classic, Arabic Thought in the Liberal Age 1789-1939, which went through two editions and numerous reprints. In 1991, he capped his remarkable career with the publication of The History of the Arab Peoples, which was instantly recognized for its remarkably rich portrayal of the history and culture of the Arab Peoples. Between 1946 and 1993, he published eight books and edited seven others; he also published over 150 articles and over 100 book reviews. Among his articles, “Ottoman Reform and the Politics of the Notables,” originally published in 1968 and reprinted in 1981, has provided a concept—that of the politics of the “notables”—which has inspired generations of historians to study the society and politics of the modern Middle East from within.

Much of Albert Hourani's work reflected his deep appreciation for the intellectual traditions of the Middle East and the West. He was a remarkably enlightened interpreter of the historical processes which inform social life of different civilizations, and had a keen understanding of the ways in which ideas are exchanged and filtered through different cultural prisms and historical experiences.His genius was an integral part of the personal and professional ethic that informed all his work and relationships.More than any other single individual, he established modern Middle East studies on a solid academic basis.

Albert Hourani died in Oxford on 17th January 1993. He lives with us through his scholarly work, through the institutions he helped create, through his students, but above all, through the standards of personal and professional conduct associated with his name. It is, therefore, with tremendous pride and joy that we established an award in Albert Hourani’s name. In doing so we recognize that his name and legacy will continue to expand the frontiers of Middle Eastern studies, that he will continue to enrich the intellectual and historical traditions of the worlds and peoples he loved, and that he will continue to guide and inspire the work of future generations of scholars. They could receive no greater honor, or challenge.

Leila Fawaz, Tufts University, April 2000

Love/Amor - Khalil Gibran







 المحبة

إذا المحبة أومت إليكم فاتبعوها,
وإن كانت مسالكها صعبة متحدرة.
إذا ضمتكم بجناحيها فأطيعوها,
وإن جرحكم السييف المستور بين ريشها.
إذا المحبة خاطبتكم فصدقوها,
وإن عطل صوتها أحلامكم وبددها كما تجعل الريح الشمالية البستان قاعاً صفصفاً.
*** 
لأنه كما أن المحبة تكللكم, فهي أيضا تصلبكم.
وكما تعمل على نموكم, هكذا تعلمكم وتستأصل الفاسد منكم.
وكما ترتفع إلى أعلى شجرة حياتكم فتعانق أغصانها اللطيفة المرتعشة أمام وجه الشمس,
هكذا تنحدر إلى جذورها الملتصقة بالتراب وتهزها في سكينة الليل.
*** 
المحبة تضمكم إلى قلبها كأغمار حنطة.
المحبة على بيادرها تدرسكم لتظهر عريكم.
المحبة تغربلكم لتحرركم من قشوركم.
المحبة تطحنكم فتجعلكم كالثلج أنقياء.
المحبة تعجنكم بدموعها حتى تلينوا,
ثم تعدكم لنارها المقدسة, لكي تصيروا خبزاً مقدساً يقرّب على مائدة الرب المقدسة.
كل هذا تصنعه بكم لكي تدركوا أسرار قلوبكم, فتصبحوا بهذا الإدراك جزءاً من قلب الحياة.
غير أنكم إذا خفتم, وقصرتم سعيكم على الطمأنبنة واللذة في المحبة.
فالأجدر بكم أن تستروا عريكم وتخرجوا من بيدر المحبة إلى العالم البعيد حيثما تضحكون, ولكن ليس كل ضحككم; وتبكون, ولكن ليس كل ما في ماقيكم من الدموع.
المحبة لا تعطي إلا ذاتها, المحبة لا تأخذ إلا من ذاتها.
لا تملك المحبة شيئاً, ولا تريد أن أحد يملكها.
لأن المحبة مكتفية بالمحبة.
*** 
أما أنت إذا أحببت فلا تقل: "أن الله في قلبي", بل قل بالأحرى: "أنا في قلب الله".
ولا يخطر لك البتة أنك تستطيع أن تتسلط على مسالك المحبة, لأن المحبة إن رأت فيك استحقاقاً لنعمتها, تتسلط هي على مسالكك.
والمحبة لا رغبة لها إلا في أن تكمل نفسها.
ولكن, إذا أحببت, وكان لا بد من أن تكون لك رغبات خاصة بك, فلتكن هذه رغباتك:
أن تذوب وتكون كجدول متدفق يشنف آذان الليل بأنغامه.
أن تخبر الآلام التي في العطف المتناهي.
أن يجرحك إدراكك الحقيقي للمحبة في حبة قلبك, وأن تنزف دماؤك وأنت راض مغتبط.
أن تنهض عند الفجر بقلب مجنح خفوق, قتؤدي واجب الشكر ملتمساً يوم محبة آخر.
أن تستريح عند الظهيرة وتناخي نفسك بوجد المحبة.
أن تعود إلى منزلك عند المساء شاكراً:
فتنام حينئذ والصلاة لأجل من أحببت تتردد في قلبك, وأنشودة الحمد والثناء مرتمسة على شفتيك.


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Love



Then said Almitra, "Speak to us of Love."

And he raised his head and looked upon the people, and there fell a stillness upon them.

And with a great voice he said:

When love beckons to you follow him,

Though his ways are hard and steep.

And when his wings enfold you yield to him,

Though the sword hidden among his pinions may wound you.

And when he speaks to you believe in him,

Though his voice may shatter your dreams as the north wind lays waste the garden.

For even as love crowns you so shall he crucify you. Even as he is for your growth so is he for your pruning.

Even as he ascends to your height and caresses your tenderest branches that quiver in the sun,

So shall he descend to your roots and shake them in their clinging to the earth.

Like sheaves of corn he gathers you unto himself.

He threshes you to make you naked.

He sifts you to free you from your husks.

He grinds you to whiteness.

He kneads you until you are pliant;

And then he assigns you to his sacred fire, that you may become sacred bread for God's sacred feast.

All these things shall love do unto you that you may know the secrets of your heart, and in that knowledge become a fragment of Life's heart.

But if in your fear you would seek only love's peace and love's pleasure,

Then it is better for you that you cover your nakedness and pass out of love's threshing-floor,

Into the seasonless world where you shall laugh, but not all of your laughter, and weep, but not all of your tears.

Love gives naught but itself and takes naught but from itself.

Love possesses not nor would it be possessed;

For love is sufficient unto love.

When you love you should not say, "God is in my heart," but rather, I am in the heart of God."

And think not you can direct the course of love, if it finds you worthy, directs your course.

Love has no other desire but to fulfil itself.

But if you love and must needs have desires, let these be your desires:

To melt and be like a running brook that sings its melody to the night.

To know the pain of too much tenderness.

To be wounded by your own understanding of love;

And to bleed willingly and joyfully.

To wake at dawn with a winged heart and give thanks for another day of loving;

To rest at the noon hour and meditate love's ecstasy;

To return home at eventide with gratitude;

And then to sleep with a prayer for the beloved in your heart and a song of praise upon your lips.

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~ O Amor ~

~ Gibran Kahlil Gibran ~

Então, Almitra disse: “Fala-nos do amor.”
E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão,
e um silêncio caiu sobre todos, e com uma voz forte, disse:

Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa queda.
E da mesma forma que alcança vossa altura
E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes
E as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
No pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
Para que conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse conhecimento,
Vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso temor,
Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga:
“Deus está no meu coração”,
Mas que diga antes:
"Eu estou no coração de Deus”.
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos,
Determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
Senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,
Sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
Que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado
E agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia
E meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado,
E nos lábios uma canção de bem-aventurança.

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Universidade Libanesa - الجامعة اللبنانية

sexta-feira, 10 de agosto de 2012



Clip da banda Coldplay, pedindo liberdade para a Palestina e seu povo !!


segunda-feira, 6 de agosto de 2012